Uma das pedras fundamentais da civilização é o direito de escolha. Para que as pessoas tenham direito de escolha é preciso que exista um ambiente favorável a escolhas (um não-monopólio). No entanto no mundo da computação ainda vivemos em um monopólio velado, onde ninguém percebe ou pronuncia, mas as pessoas têm um número muito restrito de escolhas (oligopólio) ou muitas vezes nenhuma escolha. Como exemplo pode-se lembrar entrega de trabalhos em faculdade... os professores (na maioria das vezes, me corrijam se estiver errado) exigem a entrega do trabalho em formato .doc.
Para quem não sabe o formato .doc (o padrão de escrita do Microsoft Word) é um formato proprietário, ou seja, ninguém além da microsoft pode pesquisar seu conteúdo como arquivo, nem modificá-lo para ficar mais eficiente. Além disso ninguém pode escrever ou ler um arquivo .doc sem a expressa autorização (e pagamento de direitos autorais) da microsoft. Ou seja, não posso em um sistema Mac, Linux ou mesmo em um windows sem a suite office escrever um arquivo .doc sem que esteja pagando para a microsoft.
Mas... e alguns "mas" da vida precedem coisas boas... as coisas estão mudando. Recentemente a organização internacional ISO (ong que define cataloga e define padrões que muitas vezes são adotados pela comunidade mundial) especificou e certificou o formato ODF (OpenDocument format) que é livre e gratuito. E no dia 23 de fevereiro surgiu a proposta de Mark Leno, membro da assembléia do estado da Califórnia (EUA) para que a partir do ano que vem (2008) sejam utilizados apenas formatos open-source (abertos) e livres do pagamento de royalty, baseados em xml para documentos de texto, planilhas, apresentações de slides entre outros.
Quem sabe um dia as pessoas "comuns" começem a fazer sua parte e enviar emails em formatos livres utilizando suites office livres como o Open Office.
Mais:
Sobre a adoção do formato livre pela iso aqui
Sobre a proposta de Mark Leno na Califórnia aqui (em inglês)
Sobre o Open Office aqui
Sobre a etiqueta na internet e o uso de formatos livres em anexos (texto fantástico de Richard Stallman) aqui